segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Pesadelo de uma Ex: O primeiro encontro

Sabe, é engraçado como as coisas acontecem tão repentinamente, sem a gente nunca esperar. Me chamo Erick Hästesko, sou finlandês, mas passei grande parte da minha vida visitando alguns lugares do mundo. Viajar sempre foi uma grande predileção minha, desde pequeno. Comecei a trabalhar cedo, com mais ou menos uns 18 anos, então eu sempre tinha dinheiro pra fazer algumas coisas legais, uma delas era viajar, principalmente pela Europa que era mais perto. Com 21 anos, comecei a viajar para mais longe e foi em uma dessas viagens que eu conheci o Brasil.

Na verdade, antes de ir ao Brasil, eu já tinha contato com algumas garotas do país. Elas, para mim, eram maravilhosas: bonitas e muito animadas. Também havia o fato de que, por eu ter um estereótipo muito "finlandês", muitas delas me achavam diferente, um gato (não que eu esteja me achando), mas é aquela velha história de sempre: "a grama do vizinho é sempre mais verde." Mal sabem elas que para as mulheres daqui, os homens com um ar latino são considerados muito mais "gatos" que eu.

A melhor garota que conheci no Brasil foi Aline. Aline era, principalmente, alguém sempre divertida. Seu sorriso era um encanto só, inclusive uma das suas características que eu mais gostava. Talvez pelo fato de eu ser um pouco reservado no sentido de não apresentar estar sempre elétrico e feliz, aquele comportamento dela me deixava mais completo e me sentindo melhor. Passei 3 meses no Brasil... O suficiente para me apaixonar completamente por ela. Aquele sorriso me fisgava como nada neste mundo.

Lembro bem da primeira vez que a vi pessoalmente. Logo na segunda semana em que estava no Brasil, cheguei na cidade dela, no sul do país, depois de falar-lhe que estava querendo visitá-la.

- Claro! Venha pra cá que a gente se diverte bastante! - Dizia ela.

E eu não duvidava nenhum pouco, pois o pouco que eu falei com ela pela Internet me passava uma sensação de segurança, algo que eu não costumo ter com a maioria das pessoas. Talvez fosse uma ilusão da Internet, mas para mim era realmente algo real. Quando me deparei de frente com ela na rodoviária, no final da tarde, começou a saga: vi de perto seu sorriso irradiando alegria e fiquei encantado, sem perceber que já estava meio que começando a me apaixonar. Sua energia me envolvia de uma forma fascinante. Comentamos que nem acreditávamos direito que estávamos nos vendo, afinal a distância era longa... Mas o momento era real mesmo.



Pegamos um táxi e fomos para a sua casa. Ela nem deixou eu falar direito e já colocou uma latinha de cerveja na minha mão. Eu, nem um pouco bobo, não reclamei e comecei a tomar. Ela disse que ia se ocupar um pouco ali no quarto e que era pra eu esperar um pouco. Brincando, disse até que eu podia ficar bêbado até lá, que era só tomar a cerveja rapidinho e pegar mais na geladeira. Enquanto ela foi pro quarto se arrumar, eu segui o conselho dela e continuei a beber e pegar outras duas na geladeira. Era o famoso "esquenta".

Conversamos mais um pouco sobre diversos assuntos, principalmente sobre como as coisas funcionavam no Brasil e em particular naquela cidade. A cidade não era muito grande, mas era bem turística e achei seu visual magnífico, inclusive em algumas partes da cidade eu me sentia como na Europa, diferente da semana anterior em que eu estava em São Paulo. Enquanto conversávamos, um amigo dela chegou de carro e logo entramos. Estávamos indo a um bar, e no caminho bebíamos e escutávamos música. No caminho, pegamos também mais um casal, amigos deles, e passamos no hotel que eu ia ficar hospedado, para deixar algumas coisas minhas e fazer o check-in.

No bar, música boa e muita bebida. Ainda bem que eu tinha comido bastante no caminho antes de ter chegado na cidade, senão... Apesar de eu achar curioso os ritmos do Brasil, no bar se tocavam clássicos de rock, algo que eu adoro. Todos se divertindo na mesa conversando, gente dançando. Inclusive não demorou muito para o álcool subir a minha cabeça e eu ficar mais "animado". O pior era que eu, ainda encantado com a intensidade da pessoa que era Aline, estava começando a ficar chateado com algumas situações daquele lugar. Muita gente ficava no pé dela, no sentido que acho que muita gente a desejava. Óbvio, a essa altura do campeonato eu já estava desejando-a mais que tudo.

- Aline, vamos ali tomar uma comigo perto do balcão! - Eu disse.
- Uma não, várias! Vamos lá! - Respondeu.



Enquanto ela me contava sobre tudo que acontecia geralmente naquele bar e que ela e seus amigos estavam sempre frequentando-o, eu não estava mais prestando atenção direito. Eu só conseguia enxergar seus olhos escuros magníficos. Ela dizia:

- O pior é que chega cada um sem noção aqui, que nem te conto. Às vezes fico me perguntando se eu tenho algum karma ou algo parecido que me atraia confusões. Não digo atos de confusão e sim de pessoas que geram confusão, essas sim me adoram!

De repente, uma música começou a tocar, ela mudou de assunto completamente:

- Nossa, adoro essa música! Me faz lembrar de muitas coisas. Digo, de muitas coisas boas, é claro. Havia épocas em que eu escutei muito isso e acabei associando o que ocorria com a música. Agora toda vez que eu escuto isso, é como se eu estivesse vivendo novamente aquela época. Não é à toa que música é demais. Ela tem realmente um certo poder com as pessoas.

Eu adorava música também. Sem contar que nossos gostos eram muito parecidos.

- E falando nisso, é incrível como a gente tem o gosto parecido. Acho isso muito legal, ainda tem isso: a música consegue unir as pessoas! Quem diria que você estaria aqui comigo, bebendo num bar, escutando isso, nesse exato momento. Quem diria...

Quem diria mesmo! Enquanto ela falava eu ficava louco. Eu tinha de fazer alguma coisa, naquele momento, senão ia ficar louco. Enquanto ela sorria pra mim, larguei meu copo no balcão, depois coloquei minhas mãos abaixo do seu ombro, uma em cada braço e a deslizei para o lado, colocando-a de costas para a parede. A expressão que ela fez é algo que eu nunca vou esquecer: me olhou com um misto de felicidade e ansiedade, excitação. Olhei para os olhos dela, fui me aproximando, tanto corpo quanto cabeça. Eu sou um pouco alto e enquanto eu me aproximava, ela me olhou com um desejo fenomenal nos olhos, depois levantou-se na ponta dos pés. Nem falei mais nada: beijei-a e apertei seu corpo contra o meu. Ela me enfeitiçara completamente. Nos beijamos com tamanho desejo que fiquei impressionado, nunca havia tido nada assim na minha vida. É como se tudo ao nosso redor houvesse parado completamente e cada centímetro de nossas bocas trocavam seus prazeres.



Depois que o beijo parou, olhamos um para o outro: estávamos vermelhos. Não de vergonha, mas sim do esforço fluido de nossos beijos e nosso desejo. Feliz estava eu, que fui correspondido naquela noite, no meio de tanta gente desejeando-a... Nos abraçamos e concordamos que aquilo era realmente muito bom. Sorriu pra mim, me apaixonei novamente. Me virou e me abraçou, me fez abaixar um pouco e disse no meu ouvido:

- Vamos voltar pra mesa um pouco?

Quando sentei na mesa com ela, eu já estava me sentindo o tal do pedaço. É, não sei o que os homens tem, mas quando agarramos nossa presa nos sentimos os maiorais. Praticamente, naquele bar todos eram bundões e eu era o melhor, pois estava com a melhor garota. Meses depois eu avaliara aquela sensação como algo muito egoísta, mas também concluí que isso é muito natural e eu não poderia ter me sentido melhor sem aquele sentimento. Será que ela se sentia assim comigo também? Na mesa, todos continuavam a se divertir e beber.

Mais tarde, nos levantamos um pouco mais uma vez. A gente queria é dar uns agarros. Fomos pra um canto do bar e mandamos ver. Ela segurava em minha cabeça e me beijava com tanta intensidade quanto a sua alegria que eu me apaixonara. Cada gesto e beijo praticamente roubava uma parte de mim e eu a desejava mais. Achei engraçado aquilo, pois não acreditava que aquilo poderia acontecer comigo. Meu pescoço, por exemplo, foi bombardeado por por seus beijos. também conseguia sentí-la se arrepiar toda em meus braços enquanto segurava em sua cintura com uma mão, em seu ombro com outra e percorria seu rosto, seu pescoço e sua nuca com meus lábios. Eu nem preciso dizer que nessa altura eu estava muito excitado. Mas encantado demais para tentar algo mais ousado com ela no momento. Não a conhecia muito bem por esse lado, então não quis arriscar totalmente, deixei pra depois.



Quando retornamos novamente a mesa, tinha alguém novo com a gente. Era um amigo do pessoal, chamado Fábio. Me lembro muito bem disso porque no momento em que chegamos juntos, eu e Aline, ele me olhou com uma cara de quem me odiou no primeiro momento. Seu comportamento durante o resto da noite foi o mesmo: parece que não fora nem um pouco com a minha cara. Fiquei imaginando que ele seria mais um dos que a desejava tanto, mas acho que era um pouco mais. Mais tarde eu iria descobrir que era muito mais que isso.

Depois que deu 3 e meia da manhã, o pessoal todo já estava muito louco e começaram a se dispersar. Enquanto entrávamos no carro, Aline fez uma cara de que havia se lembrado de algo muito importante.

- Espera! Esqueci de falar uma coisa com o Fábio, espera aí que eu já volto!

Meus pensamentos se enrolaram todos, mais do que já estavam por conta do álcool.

Quando voltou, 2 minutos depois, veio correndo e entrou no carro comigo, dessa vez no banco de trás, e aproximou seu corpo do meu. A abracei com meu braço direito e seguimos caminho. Fingi não ligar muito pra minha curiosidade, que na verdade estava me matando. Quando chegamos no meu hotel, ela desceu comigo e foi até a recepção. Nos despedimos com um abraço apertado e um belo beijo. Quando virei para ir ao elevador, ela deu uma apertadinha na minha bunda, bem discreta e um empurrãozinho. Olhei para trás e ela me olhou com o sorriso mais safado e contagiante que eu vira até então. Então foi andando em direção ao carro e entrou. Eu não tinha espelho na hora, mas eu devia estar com uma cara... Mas que garota ousada!



Subi ao meu quarto, tomei um banho para relaxar e caí direto na cama. No silêncio da noite, eu conseguia sentir o pulsar das minhas veias, no sangue em meu coração. Eu estava mais agitado do que nunca. Ah, Aline...

Demorei aproximadamente uns 43 segundos para começar a dormir.

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